Inspired by Iceland

14.12.08

Sunday Morning

Olá leitores!
O Natal aproxima-se a passos largos. Daqui a menos de 2 semanas já estaremos a encher o bandulho com rabanadas, bolinhos de abóbora, bolo rei (o meu ódio de estimação de sempre) e bacalhau, e a rasgar o papel de embrulho com a avidez e os olhos esbugalhados de seres totalmente possuídos pelo consumismo. Sou um bom garfo e adoro receber presentes, por isso esta altura agrada-me particularmente!!
E ficam vocês a pensar: Oh sua egoísta, comida?!? então e o significado do natal?? então e o amor? então e os milhares de pessoas que passam fome e frio na rua, enquanto tu enches a pipa como se não houvesse amanhã e te sentes no apogeu da felicidade momentânea quando recebes mais um par de peúgas (com raquete!!)??
E sou apedrejada em praça pública.
A verdade é que o Natal nunca me disse grande coisa. Nunca vi nesta ocasião um momento único e especial e nunca consegui compreender o seu verdadeiro significado. A única coisa que gosto verdadeiramente de fazer na noite de Natal é passar uns minutinhos lá fora, a olhar o céu e pensar. Pensar as questões com que sempre me debati e as novas que vão surgindo ao longo dos anos. Gosto de pensar que sou a única pessoa no Mundo a fazer aquilo naquela altura.
A religião é uma coisa em que penso muitas vezes. Se por vezes sou céptica, outras tenho necessidade de acreditar em alguma coisa. Sou humana e isso basta. Mas não consigo definir claramente o meu conjunto de crenças. Pelo menos ainda não hoje. O Cristianismo, onde cresci, suscita-me muito mais dúvidas que certezas e não sei se alguma vez as verei resolvidas. Foi por isso que no nono ano, prestes a acabar a catequese, desisti. Não compreendi (porque de facto, nunca me foi dado a compreender) o significado daquilo que estava a fazer e do compromisso que ía assumir. Procurei informação, tentei encontrar uma justificação satisfatória que me desse segurança acerca do tudo aquilo. Mas a única conclusão a que cheguei, e não é necessário lermos muito para ficar a perceber, é que o Cristianismo, ou grande parte dele, é a assimilação (em certos casos flagrante) de crenças e práticas antigas, nomeadamente pagãs. Uma assimilação tantas vezes imposta pela força e pela violência. Deuses, locais de culto, tradições e práticas como a Páscoa, o Dia de Todos-os-Santos ou o próprio Natal são exemplos deste processo que por vezes, de forma maliciosa e absurda, trasformou muitas destas crenças e deuses em coisas totalmente negativas e desprezáveis. Para além de tudo isto, temáticas como o pecado, a culpa, a punição, o arrependimento, as regras, a rigidez, os dogmas e os paradoxos, o cinismo e os meios através dos quais muitas coisas foram (e são) alcançadas, sempre me deixaram muitíssimo relutante e céptica.
Este é um tema que me apaixonou desde sempre. É um quebra cabeças que dá pano para mangas, por isso fico-me por aqui, porque preciso dos neurónios que restam para acabar os 300 000 trabalhos que tenho de fazer para a faculdade.
Mas o que eu gostava mesmo era de saber o que opinam vocês caríssimos leitores! Deixem as vossas ideias! Sim, até porque este blog, santuário do intelectualismo, foi criado nem há dois meses e já tem mais de 500 visitantes. Mas onde estão so vossos contributos?? Quero ouvir-vos, comunidade proactiva e participativa!!

:)
Beijinho*

Ps - Fica o link no facebook da banda Chapter 9. Já conhecia há algum tempo e foi uma enorme coincidência e agradável supresa descobrir que o irmão da minha Audinette faz parte deste grupo francês de Paris;) Eles são bons, ouçam um bocadinho!

Sem comentários: